sábado, 29 de maio de 2010

A Falta de Comunicação



Outro dia, na minha viagem rotineira de ida e vinda para a escola, percebi algo interessante. A falta de comunicação. Cada qual em seu canto, cada qual com sua vida, uns estressados, outros cansados, outros com sono, gente aborrecida, uns desligados, e uns calados. O crescimento da cidade, da modernização fez cada um se isolar do resto do mundo, eu não conheço aquela pessoa, por isso eu não falo com ela, pode ser a pessoa mais educada mais ela não para pra dar um bom dia ao cobrador que está ali, trabalhando desde cedo. Ao passar na roleta eu vejo uma série de juízes, que te olham de cima a baixo, que julgam sua roupa, seu cabelo, sua maneira de vestir. Ninguém abre a boca, nem sequer fala com a pessoa do lado, só observam, observam e observam, pena que essa falta de comunicação não aconteça só com estranhos, mais as vezes com familiares. Conheço pessoas que só falam com os amigos, em casa, parece que mora sozinho. No interior é diferente, todo mundo conhece todo mundo, todo mundo fala com todo mundo, todo mundo sabe de todo mundo. Porém hoje não, e se falarem com você, ainda nem respondem. Isso porque
Somos todos irmãos. Somos todos filhos do mesmo Pai.
Eu olho para as pessoas nos ônibus e tento imaginar suas vidas, todo dia entra uma mulher com duas crianças, parecem que tem 4 e 5 anos, ela, as ‘filhas, e as mochilas gigantes das filhas, é uma luta para poder passar na catraca, e sobreviver em um ônibus lotado. Eu imagino que dali ela vai levar as ‘filhas’ a escola, e depois ir para o serviço. A aparência de cansada faz com que ninguém fale com ela, e que ela pareça agradecer por isso. E ao mesmo tempo que você observa, você é observado. Depois que mudei de escola, conheci uma garota que já me conhecia! Ela me via todos os dias entrar no mesmo ônibus que ela, e passar na catraca com o meu irmão de dez anos. Ela imaginava uma vida para mim, o que eu fazia, porém nunca veio falar comigo. Se você se preocupar com o outro, se importar, ainda ouve aquela: ‘Você não tem nada a ver com a minha vida!’. Por isso todos preferem ficar no anonimato. Sou só mais um no meio de tantos, eu não falo com eles, também não quero que eles falem comigo, e isso vai até em casa. A exclusão é tão grande, que mesmo nas ruas, as pessoas andam se esquivando para não encostarem umas nas outras.
Somos todos irmãos. Somos todos filhos do mesmo Pai.
Se eu vejo uma pessoa sendo assaltada eu não faço nada, como muitos fazem, nada. Outro dia perguntem a uma pessoa, de quem ela não gostava na sala, foi mais sensato perguntar de quem ela gostava! Porque de uma sala de 48 alunos, mal deu pra encher uma mão na lista dos amigos. Fico tão triste quando vejo isso, eu faço de tudo pra não ficar de mal com ninguém, nem muito menos me zangar com minha família. Porque:
Somos todos irmãos. Somos todos filhos do mesmo Pai.
Muitos consideram a letra daquela música: “Na vida tudo passa, não importa o que tu faça, o que te fazia rir, hoje já não tem mais graça. Tudo muda, tudo troca de lugar, o filme é o mesmo só o elenco que tem que mudar.”
Cansam – Essa é a palavra certa. Cansam uns dos outros, e esperam tudo mudar.
Apersar de sermos Todos Irmãos, Todos Filhos do Mesmo Pai

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